segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pra você




Enquanto uns escrevem sobre montanhas, outros inventam histórias, mentindo belas poesias em seus versos, prometendo canções que nunca poderão cantar.
Mas eu posso ver que você chora de verdade, mas que não quer pegar minhas mãos pra sair disto de vez. E o que eu poderia fazer agora? Será que é melhor se perder?
Às vezes, distraída, imagino o que passa pelos pensamentos de quem um dia foi meu... Será que ele morre por dentro enquanto eu me finjo de forte quando o vejo triste pelos cantos? Será que ele se obriga a estar bem por não compreender o que será melhor pro amanhã?
Os olhos já se foram quando o pensamento ainda não acabou, e o pensamento se vai, quando a tristeza insiste em ficar. Debaixo dos cabelos compridos a angústia de estar só. Acima do nariz, a rigidez que passa a certeza de que está tudo bem, mas não está.
Essas falsidades é que formam a verdade de todos os dias. A certeza de estar só e de nunca conseguir algo ou alguém. A frieza de se contentar com tudo, e se angustiar com a falta daquilo que nunca se teve, e nem se quer, mas se procura. Buscando o vigor de uma felicidade vã, que existe e se esvai, como finos grãos de areia que correm pelos dedos... como o amor que um dia foi meu, que escorreu pelos meus longos dedos, que não conseguiram segurar, enquanto que o outro apertava-os com as mais estranhas forças e com o cuidado de quem protege, mas que não pensa jamais em largar.

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