Quem pode dizer sobre a personalidade que alguém tem apenas por aparencias? Não são mais do que meros tecidos, cada qual com suas estampas, sem necessidade alguma de ter que agradar a todos... Depende apenas do olhar... Então que me acompanhem os viajantes, que vêem naquela velha caixa um grande navio, que só vai afundar quando permitirem que ele vire apenas uma caixa... apenas.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Que a lã do cobertor possa sempre esconder
Não seria a primeira vez...
Ela olhou para o teto, insegura, pronta para afirmar veementemente que não faria o que sempre fez, mas pediu sim, pediu denovo. Tinha que pedir. Mas antes que pudesse acabar de dizer o que queria acabou adormecendo. E passou a tocar os céus, numa mágica interminável. E suas preocupações inexistiam. Era simples demais. Simples como queria que fosse. Mas os olhos se abriram com a luz do sol que insistia em entrar pela janela... E mesmo querendo voltar não poderia. Não para o mesmo lugar. As noites eram também incertas como os dias o são. Os sonhos são incertos.
Parou. E quando não podia mais segurar, desejou fundo a própria inexistência, sem ao mesnos saber por que, ou por se importar demais.
As coisas deveriam ser mais simples. Deveriam ser mais verdadeiras, com a sinceridade de um botão de flor. Deveria ser simples também arranjar aquele frio de angústia que insiste em morar dentro do corpo, e que nos confunde, às vezes. Uma angústia que não se quer remediar com a espera do tempo.
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