terça-feira, 30 de novembro de 2010


Ao longe estão aqueles que falam das coisas como se fossem corpos, e falam de cabeça erguida, sem vergonha, sem pudor.
A minha face é baixa sim...
As flores já não são capazer que realizar meus desejos, tampouco a primeira estrela, ou um fitilho de círio, mesmo que os tres pedidos persistam num só, nem mesmo aquele cílio que pôde fazer meu amigo desejar não ter desejos, poderia pedir o mesmo pra mim...
Mas o pior do que a derrota seria mesmo a eminência do fracasso, e ter que persistir em lutar por algo que já foi perdido. Que sentido há nisso?
Não quero desejar o mal aos outros, entretanto neste caso o que seria agradável a mim deve necessariamente destruir os sonhos dos demais, mesmo que o mérito seja meu. E que sentido há nisso...?

Quem me dera poder resolver tudo pela fé. Mas se isso fosse possível agora, meu grande desejo também não seria realizado, por que já não acredito mais.

terça-feira, 23 de novembro de 2010



O fanatismo pelas coisas venda os olhos com objetos transparentes.
É preciso amar, mas notar também os defeitos;
É preciso querer, mas saber limitar os sentimentos;
É preciso o equilíbrio para atinjir o justo meio.
E assim, e talvez somente assim, poderá respirar sem ansiedade ou angústia, sem a desarmonica explosão de palavras ou lágrimas que por vezes molharam o travesseiro de minha cama...
Já aprendi que viver somente dos sonhos é entregar a vida ao vão. Só me falta a prática.






P.S.: enquanto isso não discutam sobre H potter ou senhor dos anéis comigo! s2 XP

terça-feira, 16 de novembro de 2010



Ando olhando para meus pés... o que há de errado? Não é nada.
Se não posso notar a presença de alguns pela timidez ou pelo desequilíbrio que me exige atenção, sinto muito.
Sinto muito se meus pés não são cansados por árduos trabalhos que os adultos se orgulham em dispor aos olhos alheios;
Sinto por poder ter pés calçados enquanto muitos não podem ter pés;
Lamento se as angústias já não deixam recriar fatos atraves dos pensamentos para contornar situações, se a infância acabou...
MEus pés não são suados, não tem calos ou queimaduras, no máximo um arranhão como sinal de comportamento de criança... MAs quando não consigo mirar os olhos dos outros... e quando não posso erguer a cabeça pelo medo de tropeçar... São eles... meus pés... meu refúgio... não são nenhuma terra do nunca... mas eles são capazes de me tornar invisível por um momento.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010



O mistério me encanta, como uma forma convidativa para uma viajem que, a início, somente a imaginação nos permite conhecer.
Nem pelo olhar ou pelo suspiro... nada comete a falha de mostrar a personalidade.
Com um jeito interminantemente cruel pelo prazer da descoberta.
Mas que se dê também a devida honra os translúcidos... é muito bom saber que aos olhos dos outros não passamos despercebidos...
Isso faz bem.

domingo, 14 de novembro de 2010



O tempo é lento para aqueles que esperam e é fugaz para os que não querem crescer.
Não desespera os pacientes, mas enlouquece os apressados, ou ignora a essencia de existir, glorificando o fato de viver.
Seu desígnio para justificar a longa falta é uma proposta que não o cabe, mas ele impera.
É o que vem em primeiro e o resto adapta-se a ele, e não importa se não é o bastante, pois não se pode simplesmente pedir que o tenha um pouco mais, só se pode fazer com que ele se torne mais proveitoso, a cada momento que, veja, já passou, e este outro, olhe, também se foi...
E assim o narrador sobrevive: observando os personagens, e deixando-os ir; articulando o tempo, mas sem participar... mas consciente de que um dia, ao invés do tempo, quem irá será a si próprio. Mas o tempo renasce, e o narrador...?